Com
R$ 25 por mês, sem sair de casa, a vendedora de cosméticos Inês Amorim, de 68
anos, ajuda dezenas de crianças do Grupo de Apoio à Criança com Câncer (GACC).
Doadora há três anos, ela conheceu a instituição por meio do serviço de call
center após doar, primeiro, um pouco de seu tempo para conhecer o trabalho do
GACC.
Ela
conta que sempre recebia os telefonemas do call center, mas nunca podia atender
por estar ocupada com o neto, trabalho e com a casa. “Um dia eu estava disposta
a ouvir as atendentes. Naquele dia eu escutei e fiquei curiosa para saber como
funcionava e me encantei com o projeto. Eu sempre tentei ajudar as pessoas e
após a conversa vi que o grupo era sério e que as crianças precisavam dos
recursos”, diz.
Inês
e o marido fazem parte dos doadores de ouro do GACC, pessoas que contribuem
mensalmente há anos, e que ajudam a custear até 60% dos gastos que a instituição
tem para atender as 380 crianças que precisam de cuidados especiais. As
contribuições cobrem os gastos com hospedagem para os familiares das crianças em
casas de apoio até o final do tratamento, alimentação, transporte até o
hospital, remédios e todo o atendimento nutricional e psicológico
necessário.
O
trabalho de captação de doadores é realizado todos os dias por uma equipe de 14
profissionais treinados para explicar o trabalho realizado no GACC. Leonardo
Valle, 33 anos, gerencia o trabalho dos atendentes do call center desde março de
2009 e explica o trabalho realizado no grupo. “Nossa função é ligar para a
população e tentar sensibilizá-los com a causa. A aceitação é boa. Geralmente,
as pessoas nos recebem bem e querem ajudar uma vez ou outra, mas precisamos
desses recursos todos os meses”, conta.
Mensageiros
identificados
As
atendentes fazem as ligações a partir da lista telefônica e os mensageiros
coletam o dinheiro na casa do doador. Leonardo ressalta que, em caso de dúvida,
o doador deve entrar em contato por telefone ou ir pessoalmente à sede para
conhecer o local e o trabalho desenvolvido na instituição. “Todos os nossos
atendentes se identificam e passam o telefone de contato, caso alguém queira
conferir se é do GACC mesmo. Os mensageiros vão fardados, identificados e levam
recibos nominais aos doadores. É importante lembrar também que eles só fazem a
coleta do dinheiro nas residências após contato telefônico da nossa equipe”,
explica. Segundo Leonardo, a intenção é despertar no contribuinte, o sentimento
solidariedade e mostrar que fazer o bem ao próximo é possível com uma simples
ligação que pode mudar a vida de uma criança.
Para
conhecer a instituição e os benefícios da boa ação, os doadores são convidados a
participar dos eventos promovidos pelo GACC durante o ano. Em uma dessas
visitas, Inês lembra que se emocionou ao conversar com uma das crianças que
conheceu. “Fiquei tão feliz com o que os pais me contaram do trabalho do grupo
que tive certeza que estava fazendo a coisa certa”, revela. “Precisamos
despertar essa prática da solidariedade. Depois que a gente começa, não pode
mais parar. Um amigo já dizia que a alegria de dar é maior do que a de receber.
E com esse amigo, aprendi a doar”, completa Inês.
O
Grupo de Apoio à Criança com Câncer mantém um site (http://www.gaccamazonas.org) e
página nas redes sociais com notícias sobre o trabalho, eventos, endereço e
contatos para quem tiver interesse em conhecer a instituição. As
doações podem ser feitas pelo telefone 3633.1096.